Wednesday, August 16, 2006
Duas novas realidades mundiais que atingem Portugal: Taxas de juro e escalada nos preços do petróleo…
Ontem o Banco Central Europeu (BCE) subiu a taxa de juro directora, mas não foi só na Zona Euro que foi tomada uma decisão deste tipo. Na Grã-Bretanha, o dinheiro está também mais caro, com o Banco de Inglaterra a subir a taxa directora dos 4,5% para os 4,75%, tendência que se repete um pouco por todo o mundo...Nos Estados Unidos, a Reserva Federal vai já em 17 aumentos consecutivos, estando actualmente fixada nos 5,25%.
Os Estados Unidos têm a taxa de juro mais alta entre as maiores economias. A Zona Euro e a Grã-Bretanha começam a aproximar-se, com as novas subidas. Só mesmo no Japão é que o preço do dinheiro continua baixo (é a forma de combater a espiral deflacionista que atormenta economia nipónica desde o início da década de 90).
Alguns analistas acreditam mesmo que o BCE suba a taxa de referência para os 3,5% até ao final do ano, mas isso implica riscos para o crescimento económico, nomeadamente para países como Portugal. Se por um lado Portugal poderá não se encontrar na mesma fase do ciclo que a restante economia europeia (acredito contudo que já são visíveis alguns pequenos sinais de recuperação), por outro lado existe um excessivo nível de endividamento das famílias portuguesas.
Com os juros mais altos, as pessoas pedem menos crédito aos bancos e consomem menos, o que na minha opinião poderá significar uma viragem de rumo na estrutura da economia portuguesa (muito dependente do Consumo, desde a nossa entrada na UEM), da qual poderão advir consequências positivas a médio prazo, travando também o ritmo de subida dos preços. Veja-se que a escalada de preços do petróleo, e consequentemente dos combustíveis, estão a puxar a inflação.
Para os bancos centrais, uma taxa de juro mais alta significa um travão a esta tendência (algo que pode ser discutível, uma vez que a inflação actual apresenta uma natureza diferente, que, dificilmente será solucionada apenas com a política monetária).
O conflito no Médio Oriente juntamente com a “nova paixão dos chineses pelo automóvel” (que está a fazer disparar o consumo de crude), contribuem para a escalada de preços do petróleo. Portugal é particularmente vulnerável a estas subidas por várias razões:
1) É extremamente dependente do petróleo (pouco investimento em energias alternativas, ainda que surjam nos últimos tempos boas iniciativas, mas que continuam a ser insuficientes);
2) É pouco eficiente no uso dos produtos petrolíferos;
3) As suas importações são compostas por bens que sofrem influência (quer directa, quer indirecta) de preço do petróleo.
Os Estados Unidos têm a taxa de juro mais alta entre as maiores economias. A Zona Euro e a Grã-Bretanha começam a aproximar-se, com as novas subidas. Só mesmo no Japão é que o preço do dinheiro continua baixo (é a forma de combater a espiral deflacionista que atormenta economia nipónica desde o início da década de 90).
Alguns analistas acreditam mesmo que o BCE suba a taxa de referência para os 3,5% até ao final do ano, mas isso implica riscos para o crescimento económico, nomeadamente para países como Portugal. Se por um lado Portugal poderá não se encontrar na mesma fase do ciclo que a restante economia europeia (acredito contudo que já são visíveis alguns pequenos sinais de recuperação), por outro lado existe um excessivo nível de endividamento das famílias portuguesas.
Com os juros mais altos, as pessoas pedem menos crédito aos bancos e consomem menos, o que na minha opinião poderá significar uma viragem de rumo na estrutura da economia portuguesa (muito dependente do Consumo, desde a nossa entrada na UEM), da qual poderão advir consequências positivas a médio prazo, travando também o ritmo de subida dos preços. Veja-se que a escalada de preços do petróleo, e consequentemente dos combustíveis, estão a puxar a inflação.
Para os bancos centrais, uma taxa de juro mais alta significa um travão a esta tendência (algo que pode ser discutível, uma vez que a inflação actual apresenta uma natureza diferente, que, dificilmente será solucionada apenas com a política monetária).
O conflito no Médio Oriente juntamente com a “nova paixão dos chineses pelo automóvel” (que está a fazer disparar o consumo de crude), contribuem para a escalada de preços do petróleo. Portugal é particularmente vulnerável a estas subidas por várias razões:
1) É extremamente dependente do petróleo (pouco investimento em energias alternativas, ainda que surjam nos últimos tempos boas iniciativas, mas que continuam a ser insuficientes);
2) É pouco eficiente no uso dos produtos petrolíferos;
3) As suas importações são compostas por bens que sofrem influência (quer directa, quer indirecta) de preço do petróleo.
Friday, August 04, 2006
Comments:
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kuto said...
nao sei cm achas k portugal já mostra sinais de recuperação.. do meu ponto de vista, portugal está mt mal e no final do ano com o fecho da GM vai ficar mt pior (cm é natural nao vai receber um centimo deles..), alem disso as taxas de juro estao a niveis demasiado altos para existir uma recuperação via investimento ou consumo..
kanto ao petroleo.. espera so até o Irão ser invadido.. ai é k vai disparar.. numa situação dessas temo k 100USD seja barato.. alem de k toda a seguranca mundial vai estar em perigo.. eu rezo para k eles pessem k ja atacaram a capital da peninsula iberica e como tal, lisboa apenas é a capital de uma regiao.. lol
bye
8/06/2006 9:48 PM
nao sei cm achas k portugal já mostra sinais de recuperação.. do meu ponto de vista, portugal está mt mal e no final do ano com o fecho da GM vai ficar mt pior (cm é natural nao vai receber um centimo deles..), alem disso as taxas de juro estao a niveis demasiado altos para existir uma recuperação via investimento ou consumo..
kanto ao petroleo.. espera so até o Irão ser invadido.. ai é k vai disparar.. numa situação dessas temo k 100USD seja barato.. alem de k toda a seguranca mundial vai estar em perigo.. eu rezo para k eles pessem k ja atacaram a capital da peninsula iberica e como tal, lisboa apenas é a capital de uma regiao.. lol
bye
8/06/2006 9:48 PM
Os sinais de recuperação são sobretudo o aumento do nivel de confiança dos empresários e dos consumidores (se bem que este último não e tão desejável... acho que recuperação via consumo não é uma boa solução para o país neste momento(confesso que a recuperação e muito tímida ainda)
Com o petroleo acredito plenamente nisso... (quando o assunto é mercados tu és o expert)... Esperemos que não para ainda poder vir alguns fins de semana ao algarve!
Com o petroleo acredito plenamente nisso... (quando o assunto é mercados tu és o expert)... Esperemos que não para ainda poder vir alguns fins de semana ao algarve!
Ao ler este artigo, desde já alerto para duas observações:
1- Quando escrevo sobre algum artigo, tenho sempre consciência de que a minha ideia é sobre o que foi escrito e não sobre o que realmente aconteceu. Isto também se alarga quando leio jornais ou vejo televisão. O que quero dizer é que quando nós somos informados, essa informação vem influenciada pela maneira de pensar e escrever do “jornalista”. Não estou dizendo que os jornalistas são mentirosos!!!! Calma!!!! Mas como diz um dos postulados da Mecânica quântica, só pelo facto de estarmos a observar, já estamos a alterar o problema.
2- Vou restringir-me ao mercado automóvel/consumo de petróleo. No entanto, como eu não sou especialista em economia/finanças, contenho-me nas palavras a esse respeito, mas, concordo e tenho consciência de que os juros, quer da zona europeia quer de outras zonas têm forte impacto na economia mundial e o petróleo é dos que mais contribuem para essa instabilidade. (por exemplo, entre outros, se os juros de uma determinada zona (europeia) subirem ou descerem com a intenção de precaverem-se, esta pode dever-se a problemas externos, i.e. de outras zonas, devido á rectificação dos seu juros em função de determinados fenómenos - consequências do mercado global).
Na minha opinião, a crise mundial que estamos a viver, deve-se em muito á especulação do petróleo, e que vai afectar todos os países. Uns mais que outros (a nós é bastante), como dissemos o “farpas”. Basta lembrarmo-nos do seu valor antes do 11 de Setembro de 2001, rondava os 25 ou 30 dólares.
Após o 9-11 o mundo começou a viver um problema global que até então estava limitado ao médio oriente (terrorismo). A questão do terrorismo dava outro artigo, que vem de muito, muito longe. Só para lembrar que muitos destes grupos terroristas foram armados pelos países que hoje gritam “morte ao terrorismo”, além disso estão em causa questões politicas, históricas/religiosas e étnicas. Por vezes algum fanatismo. Ás vezes penso que o Islão está a atravessar uma “santa inquisição” tal como a Igreja Católica passou na idade média, pois acho que a religião e a politica não se devem misturar, tal como acontece com a “água e o azeite”. E o que se vê? …. São líderes religiosos a tratar de questões políticas.
Querem outro exemplo?
Em Israel (em termos político - cívico) os Israelitas devem ser israelitas e não judeus, no entanto em relação á religião são o que quiserem, ok, são judeus (mas eles consideram-se uma republica judaica!). O que quero dizer é que os países do médio oriente devem ser repúblicas ou monarquias democráticas, mas não repúblicas ou monarquias judaicas ou islâmicas.
Nos dias de hoje, existe alguns países ocidentais que sejam repúblicas ou monarquias cristãs?
Claro que não! A história mostra que não deve ser assim (santa inquisição)!
Adiante….
A partir daí o petróleo começou a aumentar, ou melhor a especular-se. Mas como todos nós sabemos que o mercado petrolífero tem os maiores e mais fortes lobbies do mundo. Pergunto-me: Será que esses lobbies usaram a instabilidade criada pelo terrorismo para aumentar o preço do petróleo?
Eu acho que sim!
Se assim for, só prova que são realmente bons para o “negócio”!! Aproveitando qualquer oportunidade para valorizar a sua matéria-prima. Ainda por mais, sabem que tudo e todos estão dependentes do petróleo.
Em relação ao mercado automóvel, é mais um a ser subserviente dos lobbies do petróleo.
Eles são tão fortes que tem poder para atrasar ao máximo o uso de energias alternativas.
Mas tudo tem um fim (com maior ou menor dificuldade), tal como a era do carvão foi uma descoberta fenomenal, mais tarde já diziam que tinha que haver alternativas pois poluíam imenso entre outras condicionantes. O mesmo vai acontecer com o petróleo.
Por duas razões:
1- Poluição (não é novidade)!
2- É limitado (a quem diga que só existe petróleo para mais algumas décadas).
No entanto, as energias alternativas serão o futuro para o mercado automóvel, mas nos dias de hoje ainda á algumas condicionantes, por exemplo:
Energia fotóvoltaica: a tecnologia é muito cara e pouco eficiente. A energia produzida para movimentar carros necessita de muitos painéis originando outro problema: questão de espaço!
Híbridos: Tem potencial nos dias de hoje, mas existe o problema de manutenção (poucos postos de alimentação) bem como as baterias associadas são muito grandes e pesadas.
Bom…. mas para olhos mais atentos, já existem alternativas viáveis, tais como gás natural ou biodísel, muitos deles usados em transportes públicos (são uma minoria, por isso os lobbies do petróleo não se importam, mas estão atentos!).
Para finalizar, basta dizer que é uma questão de tempo para que o petróleo passe á historia e chegue a era das energias alternativas….. na sua plenitude.
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1- Quando escrevo sobre algum artigo, tenho sempre consciência de que a minha ideia é sobre o que foi escrito e não sobre o que realmente aconteceu. Isto também se alarga quando leio jornais ou vejo televisão. O que quero dizer é que quando nós somos informados, essa informação vem influenciada pela maneira de pensar e escrever do “jornalista”. Não estou dizendo que os jornalistas são mentirosos!!!! Calma!!!! Mas como diz um dos postulados da Mecânica quântica, só pelo facto de estarmos a observar, já estamos a alterar o problema.
2- Vou restringir-me ao mercado automóvel/consumo de petróleo. No entanto, como eu não sou especialista em economia/finanças, contenho-me nas palavras a esse respeito, mas, concordo e tenho consciência de que os juros, quer da zona europeia quer de outras zonas têm forte impacto na economia mundial e o petróleo é dos que mais contribuem para essa instabilidade. (por exemplo, entre outros, se os juros de uma determinada zona (europeia) subirem ou descerem com a intenção de precaverem-se, esta pode dever-se a problemas externos, i.e. de outras zonas, devido á rectificação dos seu juros em função de determinados fenómenos - consequências do mercado global).
Na minha opinião, a crise mundial que estamos a viver, deve-se em muito á especulação do petróleo, e que vai afectar todos os países. Uns mais que outros (a nós é bastante), como dissemos o “farpas”. Basta lembrarmo-nos do seu valor antes do 11 de Setembro de 2001, rondava os 25 ou 30 dólares.
Após o 9-11 o mundo começou a viver um problema global que até então estava limitado ao médio oriente (terrorismo). A questão do terrorismo dava outro artigo, que vem de muito, muito longe. Só para lembrar que muitos destes grupos terroristas foram armados pelos países que hoje gritam “morte ao terrorismo”, além disso estão em causa questões politicas, históricas/religiosas e étnicas. Por vezes algum fanatismo. Ás vezes penso que o Islão está a atravessar uma “santa inquisição” tal como a Igreja Católica passou na idade média, pois acho que a religião e a politica não se devem misturar, tal como acontece com a “água e o azeite”. E o que se vê? …. São líderes religiosos a tratar de questões políticas.
Querem outro exemplo?
Em Israel (em termos político - cívico) os Israelitas devem ser israelitas e não judeus, no entanto em relação á religião são o que quiserem, ok, são judeus (mas eles consideram-se uma republica judaica!). O que quero dizer é que os países do médio oriente devem ser repúblicas ou monarquias democráticas, mas não repúblicas ou monarquias judaicas ou islâmicas.
Nos dias de hoje, existe alguns países ocidentais que sejam repúblicas ou monarquias cristãs?
Claro que não! A história mostra que não deve ser assim (santa inquisição)!
Adiante….
A partir daí o petróleo começou a aumentar, ou melhor a especular-se. Mas como todos nós sabemos que o mercado petrolífero tem os maiores e mais fortes lobbies do mundo. Pergunto-me: Será que esses lobbies usaram a instabilidade criada pelo terrorismo para aumentar o preço do petróleo?
Eu acho que sim!
Se assim for, só prova que são realmente bons para o “negócio”!! Aproveitando qualquer oportunidade para valorizar a sua matéria-prima. Ainda por mais, sabem que tudo e todos estão dependentes do petróleo.
Em relação ao mercado automóvel, é mais um a ser subserviente dos lobbies do petróleo.
Eles são tão fortes que tem poder para atrasar ao máximo o uso de energias alternativas.
Mas tudo tem um fim (com maior ou menor dificuldade), tal como a era do carvão foi uma descoberta fenomenal, mais tarde já diziam que tinha que haver alternativas pois poluíam imenso entre outras condicionantes. O mesmo vai acontecer com o petróleo.
Por duas razões:
1- Poluição (não é novidade)!
2- É limitado (a quem diga que só existe petróleo para mais algumas décadas).
No entanto, as energias alternativas serão o futuro para o mercado automóvel, mas nos dias de hoje ainda á algumas condicionantes, por exemplo:
Energia fotóvoltaica: a tecnologia é muito cara e pouco eficiente. A energia produzida para movimentar carros necessita de muitos painéis originando outro problema: questão de espaço!
Híbridos: Tem potencial nos dias de hoje, mas existe o problema de manutenção (poucos postos de alimentação) bem como as baterias associadas são muito grandes e pesadas.
Bom…. mas para olhos mais atentos, já existem alternativas viáveis, tais como gás natural ou biodísel, muitos deles usados em transportes públicos (são uma minoria, por isso os lobbies do petróleo não se importam, mas estão atentos!).
Para finalizar, basta dizer que é uma questão de tempo para que o petróleo passe á historia e chegue a era das energias alternativas….. na sua plenitude.
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