Tuesday, August 29, 2006

Postal da Ria



Ainda a gozar os meus últimos dias de férias, parece que por vezes uma nostalgia de quem ainda não partiu se apodera dos meus pensamentos. Quanto mais se aproxima a minha entrada para o duro mercado de trabalho, mais apertam as saudades destas férias de estudante e de todos os lugares que as marcaram …


A Ria de Alvor serviu inúmeras vezes de imagem de fundo para os meus passeios de bicicleta e para as minhas corridas de fim de tarde, que muito contribuíram para reaver todas as energias que precisava… Ao entardecer, quando o sol cede ao mar a sua cor, a Ria de Alvor torna-se mágica, apurada por tons de laranja e prata, conduzida pela música das aves que fazem dela o seu lar.

















Numa época em que tomamos consciência da necessidade de preservar o ambiente, a Ria de Alvor vai ganhando importância e significado crescentes, apresentando-se como a zona húmida mais importante do Barlavento Algarvio com barreiras litorais de dunas fixas, bancos de vasa e areia e sapal salgado. As águas dos sapais, por serem calmas e possuírem grande quantidade de nutrientes, constituem um bom local de abrigo e permanência para numerosas espécies, funcionando como viveiro para peixes, moluscos e crustáceos.


Existem no entanto alguns pontos que ameaçam a beleza natural deste ecossistema. A pressão da exploração turística, o depósito de lixo e a circulação de alguns veículos sobre as dunas são as principais preocupações.

Para quem não conhece a Ria, deliciem-se com algumas imagens...









Thursday, August 24, 2006

Reflectindo sobre a recente vaga de clandestinos que chega às Canárias...

“Mais de 150 imigrantes ilegais chegaram quinta-feira às Canárias a bordo de embarcações, elevando para 1.000 o número de clandestinos que durante esta semana chegaram às costas do arquipélago espanhol.”
Portugal Diário 2006/08/03


Desde o início deste ano 13.000 clandestinos desembarcaram nas Canárias (números muito superiores ao recorde de 9.929 estabelecido em 2002).


A imigração clandestina constitui uma das principais preocupações dos países europeus dado o afluxo maciço de imigrantes oriundos da África Sub-saariana e do Magrebe. Estes clandestinos arriscam tudo (inclusive a sua própria vida) para efectuar a travessia feita em embarcações sobrelotadas e sem o mínimo de condições, em busca de melhores condições de vida. Muitos deles poderão mesmo vir a ter como destino o nosso país.


É comum assistirmos a comentários bastante radicais, xenófobos e até mesmo racistas, a este tipo de notícias. Recordemo-nos por isso que Portugal foi, desde a década de 60, um país de emigração massiva. Presentemente apresenta-se também como um país de acolhimento de imigração. Considero por isso justo que Portugal cumpra o dever de ajudar muitos daqueles que aqui vêm parar à procura de trabalho, tal como aconteceu com milhares de portugueses que se deslocaram para a França e Alemanha.


Excluindo todos os problemas de integração de culturas que possam advir de uma eventual vaga de imigração, e considerando-a apenas em termos económicos, mesmo assim estaremos perante um assunto bastante sensível.


É consenso geral que, a imigração proveniente destas zonas, é formada na sua grandíssima maioria (para não dizer totalidade) por mão-de-obra muito pouco qualificada, e como tal barata. No entanto, este tipo de imigração é visto como essencial para o processo de enriquecimento de uma nação, do qual resultam uma série de consequências positivas para a vida cultural e económica de um país.


Mas será que estes imigrantes vêm roubar os postos de trabalho aos portugueses, como se costuma argumentar? Digamos que aqueles trabalhadores com um nível de qualificações alto não terão qualquer problema visto se tratar de uma imigração com muito pouca formação. O problema surge quando Portugal aparece como o país com menores qualificações médias na U.E., tornando-o menos receptivo à imigração, visto que a vinda de imigrantes pouco qualificados, contribui para a diminuição de salários dos cidadãos nacionais pouco qualificados (os quais representam uma fatia considerável da população activa).


Que medidas poderão ser tomadas para atenuar este problema?


1) Lutar contra a pobreza como forma de afrontar a imigração. Só contribuindo seriamente para acabar com a fome no Terceiro Mundo, tornaria a Europa menos vulnerável neste aspecto;

2) No caso concreto de Portugal, passa por promover um nível formação superior nos seus trabalhadores, o que permitiria combater “a rivalidade” e eventuais ideais xenófobos entre trabalhadores nacionais e a mão-de-obra do exterior (note-se que esta seria também a solução para muitos dos nossos problemas relacionados com a falta de produtividade).


No entanto, e uma vez que estas medidas apenas terão impacto a médio e longo-prazo, resta-nos por enquanto zelar pelo bem-estar dos imigrantes promovendo a sua integração e cultura. Não podemos acreditar que, recorrendo exclusivamente a politicas restritivas o problema é resolvido, estas, muitas das vezes, apenas contribuem para a difusão de ideais racistas e xenófobos.


Tuesday, August 22, 2006

Somos três…

Com os golos apontados por Rui Costa, Nuno Gomes e Petit, o Benfica passa com tranquilidade à fase de grupos da Champions League. Portugal vai assim contar com três equipas na Champions, um cenário inédito.

Agora, só me resta sonhar com uma vitória do Glorioso na final (de preferência com o Sporting, ficando o Porto pelas meias finais) e com este grande senhor do futebol, Rui Costa, a levantar a taça. "Foi uma grande emoção marcar este golo, um golo muito importante que ajudou a passar a eliminatória. Sinto-me em casa, sinto-me feliz. E sinto-me ainda mais feliz porque vejo que as pessoas estão felizes porque eu estou aqui. Tudo farei para que seja sempre assim todas as quartas-feiras, todos os domingos. Foi uma grande emoção, emocionei-me muito e quando isso acontece perco sempre um pouco o controlo."


Quem fala assim... Só pode amar o Benfica...

Friday, August 18, 2006

A classe Política - Jerónimo On The Dance Floor...


Ano após ano, a sociedade portuguesa parece distanciar-se mais da classe política e dos seus deveres cívicos. Nas campanhas eleitorais são prometidos “mundos e fundos”, os quais se sabe desde logo que não terão aplicação na prática…

Alguém se recorda da promessa de não aumentar os impostos, que trouxe a vitória nas eleições ao actual governo? (ao menos que sirva para garantir a estabilidade politica que tanta falta faz ao país).

«Vamos cumprir o nosso programa eleitoral com uma excepção: o aumento dos impostos», declarou Sócrates poucos dias depois de formar governo. É por estas, e por outras que a classe política está desacreditada...

Que este vídeo sirva de inspiração (e de exemplo) para futuros políticos do nosso país. Com este senhor no poder, uma promessa estaria garantida: loucura e animação total… (é disso que a malta precisa).

Thursday, August 17, 2006

The Oil Factor


Um dos maiores problemas que Portugal tem em termos energéticos é a dependência do petróleo. No entanto, e como vísivel no clip, a dependência não se resume ao nosso país, nem tão pouco ao campo energético. Até a própria agricultura (através de adubos e pesticidas) depende do "ouro negro"...

Com a escalada de preços e a escassez de alternativas, muitos analistas acreditam que a população mundial nunca irá conhecer no futuro um "estilo de vida" como o que conheceu, desde final da Segunda Grande Guerra, até aos dias de hoje...

Wednesday, August 16, 2006

Bolinha de Berlim! É o mercado a funcionar…

Com tanto trabalho no Combate aos Cartéis (onde o caso mais sonante foi o da indústria farmacêutica, e mais recentemente o do sal) e no Controlo de Concentrações (dada a recente onda de “Mergers & Acquisitions”, de que BCP e SONAE são exemplos), parece que existe um mercado que não irá dar muito trabalho ao Professor Abel Mateus: O mercado das Bolas de Berlim…(ou talvez não...)


É surpreendente como em poucos anos o mercado das Bolas de Berlim ganhou tantos admiradores nas praias algarvias. Nunca me lembro de tanta oferta…

Recordo-me há cinco anos atrás, em plena praia do alemão (para os turistas a praia é conhecida como praia do barranco das canas), a presença de apenas um vendedor, vendedor que circulava todo o areal desde a praia da rocha (cerca de 5km). Hoje existem já quatro vendedores “exclusivos” só para a praia do alemão (cerca de 600 metros).

Mas aquilo que parecia ter todos os indicadores para ser um exemplo real de concorrência perfeita depressa se desvaneceu… Houve essencialmente três razões para que tal sucedesse:


1) Delimitações do mercado a nível geográfico: Facto que constitui uma prática anti-concorrêncial. Existem alguns rumores que dão conta em Portimão e Alvor do recurso à "batatada" para a disputa dos areais (confesso que já assisti a uma situação tensa entre vendedores).



2) Produto diferenciado: Pois é, para aqueles que pensam que uma Bola de Berlim é apenas uma Bola de Berlim ficam sabendo que estão completamente enganados. Existe Bolas “com cremi”, Bolas “sem cremi”… mas o elemento diferenciador não se resume ao creme. Para os que pretendem manter a linha e se sentem culpados quando ingerem o tão precioso pitéu de praia frito com óleo e gordura (alguns vendedores "chamam-lhe" azeite), surgiram as BOLAS COZIDAS!!! No entanto apenas um dos vendedores da praia do alemão consegue ter este produto em stock (o mais antigo por sinal... será porque as receitas ao longo dos anos lhe permitiram efectuar um investimento avultado em R&D? ou porque o produto está de facto patenteado?).



3) O recurso a publicidade como meio diferenciador: É frequente, os agentes do lado da oferta, recorrerem a este tipo de serviço, tornado célebres slogans como: “boooolinha, olhá bolinha, há com cremi ou sem cremi!” ou “Boliiiiiiinha de Berlim, olhá boliiiiinha fresquinha, boliiiiiinha de Berlim”. Outros por outro lado, mais contidos neste tipo de despesas, limitam-se a apitar a gaita.



Uma coisa é certa, as Bolas pegaram e estão para ficar, sempre prontas a matar o bicho dos banhistas mais gulosos e exigentes. Mas porquê bolas de Berlim? Porque não queques, bolos de bolacha ou pastéis de nata?

Tuesday, August 08, 2006


"Algarves" - especificando para Portimão...

Faço aqui uma nota para o artigo de opinião do Professor António Monteiro Fernandes publicado no Diário Económico, no qual são referidos alguns pontos importantes na comparação do Algarve com o Sul de Espanha no que toca o turismo e a pressão urbanística.

Algumas das diferenças apontadas pelo Professor já tinham sido referidas anteriormente neste Blog (no entanto, enquanto o Professor generalizou para todo o Algarve, eu considerei apenas o caso específico de Portimão). Passo de seguida a transcrever algumas das suas citações, com as quais concordo inteiramente:

Saltam aos olhos diferenças tremendas no que respeita às actividades económicas, desde Sagres até ao litoral de Huelva: o imobiliário e o turismo.

A pressão urbanística sobre esse vasto cordão de praias tem intensidade uniforme. Mas é impossível não notar a enorme diferença que existe entre a ocupação dos espaços no Algarve português e na chamada Costa da Luz. Não é que estejamos a comparar o caos com a organização perfeita. (...) Quem percorrer a faixa urbanizada de Tavira a Punta Umbria tem a sensação forte de que há, de um lado - o de lá -, alguma preocupação e certa exigência de qualidade mínima (espontâneas ou impostas por autoridade pública) no modo de articular edifícios, vias de comunicação e espaços de lazer, que estão inteiramente ausentes do lado português.


Referindo-se ao turismo o Professor António Monteiro Fernandes, escreve ainda:

Do lado espanhol, mesmo nos lugares modestos e mais económicos, ele é, em regra, cuidadoso, rápido e afável. A profissionalidade dos empregados é manifesta. Em muitos casos, o cliente de anos sucessivos encontra os mesmos empregados nos mesmos estabelecimentos. O funcionamento de certos restaurantes e hotéis, em época e hora de ponta, chega a ser um espectáculo para quem se interessa por assuntos de organização do trabalho e produtividade.

Isso encontra-se, no nosso Algarve, somente (e nem sempre), nos estabelecimentos “de qualidade”, nos hotéis e aldeamentos turísticos de luxo. (…)


Veja-se o postQue futuro para Portimão?” onde demonstro a minha preocupação e alerto para este facto:

É óbvio que não existe aqui nenhuma idiossincrasia nacional, ou mesmo regional. Muitos dos que asseguram o bom serviço, fazendo-o de modo cativante e eficiente, nos hotéis e restaurantes de Punta del Moral ou de Islantilla, são portugueses.

Há, pois, outras coisas a considerar. Talvez o nível das exigências de qualificação profissional (que são de preceito), a menor precariedade do emprego hoteleiro (num país que tem a liderança europeia do trabalho precário!), a prática de sistemas de envolvimento dos trabalhadores na vida das empresas e de reconhecimento da qualidade do trabalho (com ou sem incentivos materiais) – andam por aí, certamente, os factores que actuam de um lado do Guadiana, e do outro não.


Como ficou patente em Custos de Oportunidade, considero como "prioridade número 1" para Portimão a construção de um pólo Universitário com capacidade para fomentar um aumento da produtividade do capital humano (através do nível de qualificações dos portimonenses) e um consequente aumento da oferta de emprego.

Apesar do artigo do professor ser mais aprofundado (por isso aconselho a sua leitura), sinto que partilho da maioria das suas ideias...
Tuesday, August 08, 2006


Duas novas realidades mundiais que atingem Portugal: Taxas de juro e escalada nos preços do petróleo…

Ontem o Banco Central Europeu (BCE) subiu a taxa de juro directora, mas não foi só na Zona Euro que foi tomada uma decisão deste tipo. Na Grã-Bretanha, o dinheiro está também mais caro, com o Banco de Inglaterra a subir a taxa directora dos 4,5% para os 4,75%, tendência que se repete um pouco por todo o mundo...Nos Estados Unidos, a Reserva Federal vai já em 17 aumentos consecutivos, estando actualmente fixada nos 5,25%.


Os Estados Unidos têm a taxa de juro mais alta entre as maiores economias. A Zona Euro e a Grã-Bretanha começam a aproximar-se, com as novas subidas. Só mesmo no Japão é que o preço do dinheiro continua baixo (é a forma de combater a espiral deflacionista que atormenta economia nipónica desde o início da década de 90).

Alguns analistas acreditam mesmo que o BCE suba a taxa de referência para os 3,5% até ao final do ano, mas isso implica riscos para o crescimento económico, nomeadamente para países como Portugal. Se por um lado Portugal poderá não se encontrar na mesma fase do ciclo que a restante economia europeia (acredito contudo que já são visíveis alguns pequenos sinais de recuperação), por outro lado existe um excessivo nível de endividamento das famílias portuguesas.

Com os juros mais altos, as pessoas pedem menos crédito aos bancos e consomem menos, o que na minha opinião poderá significar uma viragem de rumo na estrutura da economia portuguesa (muito dependente do Consumo, desde a nossa entrada na UEM), da qual poderão advir consequências positivas a médio prazo, travando também o ritmo de subida dos preços. Veja-se que a escalada de preços do petróleo, e consequentemente dos combustíveis, estão a puxar a inflação.

Para os bancos centrais, uma taxa de juro mais alta significa um travão a esta tendência (algo que pode ser discutível, uma vez que a inflação actual apresenta uma natureza diferente, que, dificilmente será solucionada apenas com a política monetária).

O conflito no Médio Oriente juntamente com a “nova paixão dos chineses pelo automóvel” (que está a fazer disparar o consumo de crude), contribuem para a escalada de preços do petróleo. Portugal é particularmente vulnerável a estas subidas por várias razões:

1) É extremamente dependente do petróleo (pouco investimento em energias alternativas, ainda que surjam nos últimos tempos boas iniciativas, mas que continuam a ser insuficientes);

2) É pouco eficiente no uso dos produtos petrolíferos;

3) As suas importações são compostas por bens que sofrem influência (quer directa, quer indirecta) de preço do petróleo.
Friday, August 04, 2006

"O negócio da liberdade..."

Existem pequenas grandes coisas como a liberdade de expressão, que por as reconhecermos diáriamente como um "dado adquirido", não somos por vezes capazes de lhe atribuir a sua real importância. Aconselho vivamente a leitura do artigo de opinião de Jorge Coelho publicado no Diário Económico de hoje, de onde foi retirado este pequeno excerto:


Palavras como “democracia”, “liberdade”, “direitos humanos”, “comunismo”, “socialismo”, “capitalismo”, “independência de Taiwan”, “Tibete”, “Dalai Lama”, “Tiananmen” e “Falun Gong” são censuradas nos blogues chineses e esta censura conta com a colaboração da Microsoft.

Thursday, August 03, 2006

SALVEM O ABRUPTO...

Como sabem o ABRUPTO (blog pessoal de José Pacheco Pereira (JPP), que por sinal é dos que regista maior procura pelos cibernautas) tem sido alvo de ataques de piratas informáticos. Aproveito para reprovar publicamente os referidos ataques, uma vez que cada dia que passa tudo leva a querer que existe de facto intencionalidade em calar o ABRUPTO.


Este facto gerou uma imensa perturbação na blogosfera nacional, mesmo antes de se acreditar nesta intenção deliberada de “fechar” o Abrupto, e quando apenas se considerava que tudo se devia a um eventual erro no blogger

Ricardo Araújo Pereira (RAP) que recentemente se lembrou que em tempos utilizou um Blog denominado GATO FEDORENTO, e resolveu experimentar se “aquilo ainda funcionava”, aproveitou o acontecimento trágico do ABRUPTO para fazer umas graçolas (sempre com o seu reconhecido e perspicaz humor, com o talento que lhe é reconhecido, e sem entrar no campo do desagradável, ou seja, seguiu quase à risca os ensinamentos “da claque de betinhos que aparece série Fonseca", e digo quase porque ele mesmo admitiu que se excedeu ligeiramente nunca pensando que se tratava de facto de uma coisa mais séria…)
“o meu raciocínio foi este: o que se passava com o Abrupto era uma palermice passageira. Um pateta com demasiado tempo livre aproveitava uma falha do Blogger para aborrecer o autor de um blogue” RAP.)

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Nota: Não se pense no entanto que RAP reatou o GATO FEDORENTO com um post dedicado a esta situação, RAP só se virou para este assunto depois de esgotar o tema das fotografias de Ana Malhoa no banho, publicadas recentemente no seu site oficial… Este sim, um assunto de importância nacional que entupiu o site da cantora impedindo que alguns dos portugueses que mais valorizassem as fotografias tivessem de aguardar ansiosamente pela próxima edição da FHM.
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Bem voltando ao tema do post depois desta “ligeira dispersão”, ou talvez não… Na verdade o humor de RAP não foi bem tolerado por outros bloggers, refiro-me ao Professor Carlos Alberto Amorim do Blog Blasfémia, que aproveitou para criticar a postura assumida pelo felino… Agora o que o Professor Carlos Alberto Amorim não esperava era que a sua lição de moral se virasse contra o moralista, pois em tempos teria publicado uma "divertida" nota sobre Constança Cunha e Sá...

Lição para nós todos (onde me incluo): “Aquele que tem pecados... não atire a primeira pedra”.

P.S. Espero que o problema do Abrupto se resolva o mais rapidamente possível para descanso de JPP e de todos os bloggers que o procuram diariamente…

Tuesday, August 01, 2006


Os anteriormente referidos CUSTOS DE OPORTUNIDADE…

Antes de mais pretendo salientar a importância deste conceito tão usual na linguagem económica (na minha formação como economista foi mesmo o primeiro noção com a qual me familiarizei). Por outro lado, quero também que fique bem claro que não represento nenhuma “ideologia Anti-Câmara de Portimão” (já aqui elogiei iniciativas como a “World Press Photo”…).

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ANEXO: Custo de Oportunidade?

Para pessoas não familiarizadas com o conceito:
“O custo de oportunidade de uma actividade é o valor da melhor alternativa que se tem de sacrificar para desenvolver essa actividade” (Frank; Bernamke, 2003, p.7).
“Uma escolha pressupõe um custo de oportunidade porque escolher uma coisa num mundo de escassez significa prescindir de outra qualquer. O custo de oportunidade é o valor do bem ou serviço de que se prescinde” (Samuelson; Nordhaus, 1996, p. 32).


Por exemplo: Se uma cidade decide construir um parque de estacionamento num terreno vazio público, o custo de oportunidade é representado pela renúncia a erguer outras construções naquele terreno com o capital investido. Rejeita-se por exemplo a possibilidade de construir um complexo desportivo, ou um hospital, ou ainda a venda do terreno para amortizar o passivo da autarquia (e consequentemente, todos custos em que se deixou de incorrer dada a redução da dívida).
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Existem na minha opinião duas prioridades neste momento para Portimão (ou seja, dois eventuais custos de oportunidade quando são gastos por exemplo 700 mil euros, em eventos como o "Big Air N’ Show"). Ambas são de importância crucial para combater a sazonalidade que afecta a nossa região, e que, na minha opinião, o golfe não é capaz de ultrapassar só per si, mas onde deverão ser contabilizados eventuais custos de endividamento nas contas de autarquia (que prevejo que actualmente já sejam significativos):


(1) O tão aguardado pólo universitário: É certo que depende em parte de verbas do PIDDAC, mas também se sabe que, a autarquia, poderia desde já começar a canalizar esforços para que se torne uma realidade, deixando de passar uma imagem esbanjadora para o resto do país.
O falecido ex-presidente da autarquia Nuno Mergulhão considerou este investimento conjunto como mais um passo para a "afirmação estratégica" da zona do barlavento algarvio. A Universidade do Algarve, salientou, o papel determinante como "pólo de irradiação cultural e de formação de quadros qualificados", aspectos considerados importantes para o desenvolvimento desta subregião do Algarve.
In Jornal Algarve Académico N.º 0 de 16/09/1999

Note-se que este seria um projecto, cuja conclusão estaria prevista para 2006 (permitam-me que sinta uma saudável nostalgia quando em conversas animadas entre jovens sonhadores na ESPAA, colegas meus previam ingressar no já então desejado Campus Universitário de Portimão…). Repare-se também nas consequências positivas que o Campus traria ao nível das qualificações dos portimonenses (com maior especialização no Turismo) e ao nível do emprego.


(2) Um complexo desportivo: Com capacidade para receber estágios a nível internacional numa diversidade considerável de modalidades. É certo que já está há muito prometido, mas até agora nada… A importância deste complexo não se resume apenas à promoção do desporto dos portimonenses (algo que só por si já poderia justificar a sua construção mas claro, de menor dimensão…). A importância de um complexo deste tipo deve-se essencialmente ao aproveitamento das excelentes condições climatéricas da região ao longo de todo o ano, que, permitiria atrair atletas e equipes de países onde as onde essas condições fossem mais adversas, e, realizar torneios e competições com as devidas estruturas e a baixo custo. Seria então uma forma de combater a sazonalidade do turismo, promover boas praticas desportivas nos nossos jovens, criar emprego e quem sabe... um espaço verde considerável que tanta falta faz à nossa cidade. Para tal não ponho de parte a parceria com algumas unidades hoteleiras na região, que só teriam a ganhar (estas chegam a funcionar a 15% da sua capacidade nos períodos off-peak).

P.S. Quando me refiro a um projecto deste tipo, não estou a considerar um projecto semelhante ao “Parque das cidades” exclusivamente dedicado ao futebol, mas que se tem demonstrado um verdadeiro “elefante branco”… Considero contudo importante que face à situação actual do clube da nossa terra, este complexo tenha capacidade para acolher os jogos do Portimonense e os treinos da suas camadas mais jovens.

Sunday, July 30, 2006

Big Air N’ Show Portimão – A Loucura continua…

Como refere Manuel António da Luz, Presidente da Câmara Municipal de Portimão, “acolher esta iniciativa só pode dignificar a nossa cidade quer em termos de espectáculo de snowboard quer em termos da afluência de público à mesma. Este evento será obrigatório pelo seu pioneirismo, uma vez que, vai conseguir trazer, pela primeira vez, os desportos de neve a uma praia”.

Mesmo considerando razoável que, uma iniciativa deste tipo, dignifica a cidade de Portimão, existem outros aspectos que também devem ser tomados em conta:

- Este foi sem sombra de dúvida um grande espectáculo, que durante uma noite encheu a Praia da Rocha (cerca de 10.000 pessoas), mas que na minha opinião não trouxe o turismo que a cidade precisa…



- Será que houve promoção da imagem da cidade a nível internacional? Isso é algo que só poderemos reponder a médio/longo-prazo…



- Segundo a reportagem da RTP exibida no telejornal de dia 29 de Julho esta organização implicou uma despesa superior a 700.000 Euros (não incluídas algumas despesa logísticas e os CUSTOS DE OPORTUNIDADE). De referir ainda que, na mesma reportagem, pessoas por detrás da organização apelam também à contribuição financeira de outras autarquias (transmintindo mesmo a ideia que houve um grande contributo por parte de CMP apesar de todos os patrocínios).


Perante isto, pergunto-me: “Será que em tempo de vacas magras, Portimão é a única autarquia onde o desafogo financeiro é de tal ordem que permite a realização destas loucuras?”

Sunday, July 30, 2006

Tuesday, August 15, 2006

Tributo aos GATOS!

Numa altura em que se encontram de férias (possivelmente em S. Jorge da Murrunhanha), e em que as sextas-feiras à noite deixam de ter a mesma animação, aqui vai um tributo merecido ao GATO FEDORENTO, com o original que lhe deu nome:

"Nós estávamos à procura de um nome, na altura, para fazer o blog (...) e eu penso que fui eu, tenho a certeza, que me lembrei de usar o nome da canção (...) Smelly Cat e depois o Miguel Góis traduziu para Gato Fedorento. Eu, por acaso, julgava que queria dizer cadeira rançosa, mas não, é gato fedorento..."
Zé Diogo Quintela

Artist: Phoebe Buffay

LyricsSong: Smelly Cat Medley Lyrics

Smelly Cat, Smelly Cat,
What are they feeding you?
Smelly Cat, Smelly Cat
It's not your fault
They won't take you to the vet
You're obviously not their favorite pet
Smelly Cat, Smelly Cat,
It's not your fault
You may not be a bed of roses
You're not friend to those with noses
I'll miss you before we're done
Or the world will smell as one
Smelly Cat, Smelly Cat,
What are they feeding you?
Smelly Cat, Smelly Cat
It's not your fault
Monday, July 24, 2006

World Press Photo em Portimão até 31 de Julho…


Nesta edição, a fotografia vencedora pertence a um canadiano, Finbarr O´Reilly, que captou a imagem de uma mãe com o seu filho num centro de emergência alimentar em Tahoua, no Níger.
Aplaudo esta iniciativa louvável da Câmara de Portimão e da Associação Cultural Música XXI, que permite à cidade receber a mais importante exposição de fotojornalismo de todo o mundo.
A não perder esta exposição, que mexe com a sensibilidade de todos nós, e nos faz "acordar" para problemas verdadeiramente "irreais" em plenos século XXI.
Sunday, July 23, 2006

Um Portugal visto de fora...

Ontem decidi que havia de ver o telejornal para me inteirar do que se passa no país (digamos que tive curiosidade para saber o que se passava no país para além do Mundial da Alemanha...), por isso às 8h45m lá estava eu sentado no meu sofá, pronto para “absorver” um pouco de informação. No entanto, e mesmo esperando os referidos 45 minutos, ainda fui a tempo de apanhar a recta final do "Especial - Mundial" com uma reportagem da CNN sobre a terra natal de Ricardo, o Montijo (por sorte não apanhei a parte que explicava em detalhe os alimentos que compunham o pequeno almoço do terceiro guarda-redes, Paulo Santos…).


Foi com alguma apreensão que assisti à referida reportagem, onde predominavam as imagens de um rancho folclórico da zona, de pessoas tipicamente provincianas e de tasquinhas com petiscos tradicionais portugueses… Na verdade, não tenho nada contra estas tradições enraizadas na cultura de algumas “terriolas”, muito pelo contrário… O que me deixou verdadeiramente perplexo foi a intenção deliberada que houve de resumir o país (e os portugueses) à imagem transmitida na dita reportagem… (Note-se que este não é acontecimento único, quem se recorda da forma como os portugueses são retratados na comédia romântica Love actually?).

Será assim visto o nosso país de fora?

Wednesday, July 05, 2006


Que Futuro para Portimão?

Sendo eu um portimonense que adora reencontrar as suas origens, é com tristeza que ao longo destes últimos anos vejo a cidade do meu coração em constante degradação.

É verdade que Portimão passou a ser um importante ponto do país com eventos como o Lisboa-Dakar, a Motonáutica, o Jet-Ski e mais recentemente o Kitesurf, mas até que ponto estes eventos contribuíram para a promoção de um turismo de qualidade, que tanta falta faz à nossa região? (considerando os elevados encargos que este eventos representam para a autarquia).

Alguns dados confirmam mesmo que o concelho de Portimão tem sido dos concelhos algarvios a demonstrar pior performance ao nível da taxa de ocupação, algo que se demonstra preocupante tendo em conta a sua dependência do turismo… De facto, o caos urbanístico que tende a engolir a cidade em nada contribui para a promoção deste turismo que se pretende (a concorrência que se faz sentir dos destinos do sul de Espanha, apresenta-se bem mais organizada em termos urbanísticos e principalmente mais económica para o bolso dos turistas), nem tão pouco para a qualidade de vida dos portimonenses… (Repare-se que uma tendência decrescente no número anual de turistas implica consequências imediatas ao nível do emprego, que já apresenta números preocupantes).


Que futuro teremos?



Vamos continuar a confiar APENAS na nossa hospitalidade, na nossa boa gastronomia e nas nossas belas paisagens naturais (que tanto me enchem de orgulho) como forma de impulsionar o turismo? Ou vamos começar a remediar os erros e exageros urbanísticos do passado e simultaneamente criar condições estruturais para que Portimão se possa assumir nas rotas de milhares de turistas como um destino de qualidade? É claro que esta decisão cabe a quem está a dirigir os destinos da autarquia, mas cabe a cada um de nós influenciar estas (e outras) decisões, e continuar a contribuir com a nossa hospitalidade para com quem nos visita…

Tuesday, July 04, 2006


O farpas está de volta...

Pois é, parece que voltei com um novo restyling e também novo endereço, no entanto vou passar a publicar alguns dos posts do extinto "Farpas e Desabafos". Para já relembro as motivações que me levaram a aderir a esta moda dos blogues...

"Eis que cheguei ao final de mais uma etapa na minha vida… Alcancei o tão desejado canudo! Foram 4 anos de muito trabalho, cheios de bons momentos mas que contribuíram sobretudo para conhecer novas realidades. Agora, durante as tão desejadas férias, pergunto-me a mim mesmo porque levei estes anos todos sem ter o meu próprio blog? Afinal, nos dias de hoje, devo ser dos únicos a não pertencer a esta imensa blogosfera… Não quero que este seja um blog temático, quero apenas escrever todas as “postas de pescada” que me vierem à cabeça sempre munido da maior isenção e sem ferir quaisquer susceptibilidades… Aguardem pelo primeiro post!".


Tuesday, July 04, 2006


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